Comida vai ficar cara, e Brasil precisa produzir mais, diz Banco Mundial


Os choques nos preços dos alimentos devem permanecer até a próxima década, e o Brasil é um dos países que precisam aumentar a produtividade de lavouras e pastagens, segundo o Banco Mundial.

A declaração foi dada em um momento em que a soja e o milho são negociados em patamares históricos na Bolsa de Chicago, elevados pela redução de safra causada pela maior seca em mais de 50 anos nos Estados Unidos, com repercussão em todos os mercados agrícolas do mundo.

O trigo também acumula alta em 2012, na esteira do milho e da soja, mas também influenciado por reduções de produção no leste europeu devido ao clima.

Embora afirme que o Banco Mundial está "muito preocupado", a vice-presidente da instituição descartou a ideia de que possa ocorrer uma crise de alimentos como a de 2008/2009, quando a elevação de preços levou a protestos populares em alguns países.

Anteriormente, os países foram muito rápidos em adotar políticas como bloqueio de exportações. e isto não está sendo visto neste momento. Há uma cooperação internacional que não havia antes".

Operadores de mercado temiam que a Rússia, por exemplo, bloqueasse vendas de grãos ao exterior, como chegou a fazer um uma safra recente, em meio a uma colheita abaixo do esperado neste ano, mas essa hipótese foi descartada pelo ministro da agricultura do país no fim de agosto.

Bolsa-Família é um bom exemplo de programa social, diz Banco  Mundial


Rachel Kyte diz que, além de reduzir o desperdício de alimentos, nos próximos anos será preciso investir em programas sociais de rápida implementação.

"Há um número cada vez maior de países ao redor do mundo com 'redes de segurança sociais' que funcionam. O Bolsa-Família (no Brasil) é um bom exemplo, mas existem outros."

O banco diz que Há espaço para aumentar a produtividade de pequenos produtores rurais, mas não descarta a contribuição da agricultura industrial. e apontou para a intensificação do uso das terras já ocupadas no Brasil.
O Banco Mundial defendeu a derrubada de subsídios em setores como o de combustíveis fósseis e o agrícola, que somam um US$ 1 trilhão e que, segundo ela, não estão ajudando nem os pobres nem a natureza. Subsídios permanentes não são subsídios. São distorções", afirmou a direção do banco. 

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