88% dos indígenas menores de 18 anos sofrem algum tipo de privação


Segundo dados extraídos dos censos da década de 2000, na América Latina 88% dos indígenas menores de 18 anos sofrem algum tipo de privação, frente a 63% da população geral da mesma faixa etária, informou um boletim conjunto elaborado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“O informativo ressalta que esta situação expressa uma violação aos direitos das crianças à sobrevivência e ao desenvolvimento e implica um alto custo para a sociedade em termos de capacidades humanas e inclusão social”.

O boletim aponta que as crianças indígenas sofrem  privação severa de acesso à educação, água potável e  moradia três vezes mais que as outras crianças da mesma idade.

Cerca de 6,3% das crianças indígenas de 7 a 18 anos tem seu direito a educação violado, já que não tem acesso a ela formalmente ou a abandonam sem terminar nenhum ano de estudo. Já no caso das crianças não indígenas essa situação atinge apenas 1,9%. Para reverter essa situação, o documento recomenda o fortalecimento da educação intercultural bilíngue.

Cerca de 65% da infância indígena sofre privação severa de moradia e 19% privação moderada. Em matéria de acesso a água potável, os resultados também são desalentadores: 30,5% das crianças indígenas não tem acesso a ela e 51,8% sofre privação severa de saneamento.

Superar a pobreza infantil indígena constitui uma obrigação estatal básica para implementar os direitos de todas as crianças e adolescentes e para garantir a sobrevivência dos povos originários e sua importância ao futuro da América Latina, diz o boletim.

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