Arma usada para executar Décio Sá segue para investigação em Brasília

A arma que foi utilizada para matar o jornalista e blogueiro Décio Sá, no dia 23 de abril, na Avenida Litorânea, foi encaminhada para o Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. Até o momento, a polícia não conseguiu identificar a numeração da pistola .40 e um dos objetivos da comissão de delegados, responsáveis pela investigação do crime, é saber a origem e o provável proprietário dessa arma.

O subdelegado geral da Polícia Civil, Marcos Afonso, falou que a comissão de delegados solicitou ao Secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, para encaminhar a pistola para Brasília onde serão feitos exames com mais precisão para identificar o número que foi raspado de forma profunda pelos criminosos.

Marcos Afonso também falou que a pistola foi encontrada, no último dia 5, enterrada na duna da Praia de São Marcos. Ela apresentava ferrugem e a numeração e o brasão rapados. "Somente com a identificação da numeração, saberemos o nome do proprietário da arma. No Instituto Nacional de Criminalística, a arma será submetida com exames de revelação mais precisos". Diz.

O diretor do Instituto de Criminalística (Icrim), Carlos Henrique Roxo, disse que a arma foi entregue para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) desde o dia 13 de julho. Quando ela esteve, no instituto, foi submetida a vários exames, principalmente, de revelação latente. 

De acordo com Roxo, esse tipo de exame é feito de forma manual com o uso de ácidos, mas, com um resultado de 100% de garantia. "A numeração foi raspada, inclusive, o segredo da arma, pois, isso permite a conclusão que essa arma era preparada para cometer ações criminosas e por pessoas com um grande conhecimento em armamentos", ressaltou.

Roxo também frisou que a pistola passou pelo exame de comparação balística e por meio desse trabalho ficou confirmado que essa arma foi usada para executar o jornalista Décio Sá. Os peritos trabalharam com os projeteis retirados do corpo da vítima com dos foram disparados pela arma encontrada na duna da Praia de São Marcos. Logo em seguida, esse material foi analisado no microprocessador balístico para verificar a igualdade das ranhuras. "Todos os projéteis em estudo tiveram as ranhuras iguais e isso acabou provando de fato que a arma encontrada na Duna foi utilizada pelo homicida Jhonatan Silva". 

Prisão prorrogada

Durante coletiva ocorrida, no dia 6 de julho, na Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira, o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, falou que só irar tomar alguma decisão sobre a situação do capitão da PM Fábio Aurélio somente depois de descobrir a verdadeira origem da arma. Antes disso, o militar vai continuar afastado do cargo que exercia (subcomandante do Batalhão de Choque) e preso, no Comando Geral da PM, no Calhau. 

No último dia 12, foi confirmada pela polícia a prorrogação por mais de 30 dias da prisão de todos os envolvidos no caso, como de José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos; Gláucio Alencar Pontes Carvalho, 34 anos; Airton Martins Monroe, de 24 anos; José Raimundo Sales Chaves Júnior, o "Júnior Bolinha", de 38 anos; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o "Buchecha", de 32 anos; e do capitão da Polícia Militar Fábio Aurélio Saraiva Silva, "Fábio Capita". Até o momento, de acordo com a polícia, ainda não foram presos Shirliano Graciano de Oliveira, "Balão"; Elker Farias Veloso, "Diego" e "Neguinho".

A prisão de Jhonatan de Sousa Silva ocorreu no dia 5 de junho. Ele, em companhia de Gleyson Marcena de Sousa, 26 anos, natural de Rio Maria, do Pará, foram presos em uma residência de luxo, localizada na Rua General Artur Carvalho, no Turu. Em poder da dupla, a polícia encontrou 10 quilos de crack prontos para serem comercializados; uma máquina de prensar a droga; uma escopeta calibre 12 e uma pistola ponto 40. A polícia encontrou traços semelhantes de Jhonatan de Sousa da foto do retrato falado e devido a isso começou a ser investigado pelo crime. Augusto Barros relatou que durante os interrogatórios, ele chegou a conversar a autoria na morte do jornalista. No dia 13 de junho ocorreram as prisões de José e Gláucio Alencar; Airton Martins Monroe; Junior Bolinha e capitão Fábio Aurélio. 

Muitas versões

A reconstituição da morte de Décio Sá, que ocorreu no dia 3 de julho, acabou levando a polícia encontrar a verdadeira arma utilizada pelo executor no dia do crime, 23 de abril. Segundo Aluísio Mendes, a constituição foi fundamental para dispensar a hipótese de a pistola .40 havia sido jogada na Baía de São Marcos durante uma viagem de ferryboat. A comissão de delegados não acreditava nessa versão dita por Jhonatan Silva anteriormente. No dia 5 de julho, ele foi ouvido mais uma vez, na Seic, no Bairro de Fátima, e acabou revelando que tinha enterrado a arma nas dunas, nas proximidades de um "pé de tucunzeiro". Também afirmou que uma possível fuga da cadeia, ele iria buscar a pistola para vender no mercado negro.

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