A “semSemente”, que é a primeira revista brasileira exclusivamente dedicada ao tema da maconha, tinha lançamento previsto para este sábado, 5, na marcha do Rio de Janeiro, mas teve que adiar sua estreia.
Ela ficaria pronta nesta semana, mas a Stilgraf, que a imprimiria, desistiu na quinta-feira, 3, do serviço. “A diretoria ficou com medo de ter alguma penalidade na Justiça”, diz o gerente Maurício Nunes.
“Nós não somos um bando de doidões, somos ativistas. Estamos indignados, porque isso atrasou o lançamento”, afirma William Lantelme, diretor de arte da revista. Segundo Lantelme, a gráfica chegou a indicar outra empresa para o trabalho, a fim de remediar a situação.
“A gráfica poderia ser considerada co-autora (de apologia), mas isso seria muito forçado”, explicou o criminalista Eduardo Reale, sobre a possibilidade de a gráfica ser processada com a revista, cujo nome faz alusão ao tipo de cultivo que gera uma maconha mais potente.
Para ele, a revista poderia ser acusada de apologia ao crime, já que terá reportagens sobre o cultivo de cânabis. ”Algum juiz pode interpretar absurdamente que trata-se de apologia, ao considerar que a revista incita ao crime de tráfico por meio do cultivo de entorpecente”, disse.
A publicação independente lança no país um filão inaugurado pela americana “High Times” em 1074. Na Argentina, a “THC” circula desde 2006.
Bimensal, a revista ‘semSemente’ terá tiragem de 10 mil exemplares e será vendida a R$ 11,90, em bancas e pela internet.
Segundo notícia da Folha, a primeira edição, que deve ficar pronta na semana que vem, terá reportagens sobre as marchas da maconha, cânabis medicinal, variedades da planta e gastronomia.
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