Fonoaudiólogos querem que bebês tenham acesso gratuito ao teste da linguinha


A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia quer ampliar o acesso de bebês ao teste da linguinha, que permite diagnosticar precocemente a chamada língua presa. A ideia é sensibilizar parlamentares para que o teste possa ser oferecido gratuitamente em todo o país.

A fonoaudióloga Roberta Martinelli, criadora do exame, explica que as alterações do frênulo lingual, que fica embaixo da língua, podem comprometer o desenvolvimento de pessoas da infância à fase adulta. Isso porque a língua presa interfere na maneira de sugar, mastigar, engolir e falar.

Nos recém-nascidos, as limitações dos movimentos da língua podem dificultar a amamentação e levar ao desmame precoce. O problema causa estresse nas mães que não entendem porque as crianças mordem o peito com a gengiva, ficam cansadas e mamam com muita frequência. O problema pode estar no frênulo da língua, que dificulta os movimentos para sugar o leite materno.

O ideal é que o exame seja feito no primeiro mês de vida do bebê. Quando necessário, a criança é encaminhada para um procedimento cirúrgico, um pequeno corte na língua, que resolve o problema.

De acordo com Irene, a SBFA quer que haja o treinamento de profissionais para fazerem o teste. Segundo ela, inicialmente, a ideia é capacitar fonoaudiólogos, mas nada impede que no futuro outros profissionais de saúde possam ser preparados também.

Não existem estudos recentes para estimar o número de pessoas que têm a língua presa, mas uma pesquisa da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, constatou que aproximadamente 16% dos bebês com dificuldades com a amamentação tinham a língua presa. No Brasil, no ano passado, uma pesquisa feita com 100 bebês, constatou que 15% tinham alteração no frênulo.

Com o teste da linguinha, o fonoaudiólogo vai poder avalia o frênulo do bebê, observar o movimento da língua enquanto a criança chora e observar a maneira como o bebê mama.

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