O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou hoje (16) a retomada
da produção de insulina humana, destacando que a medida marca a
história da saúde pública no país. Segundo ele, o Brasil será a quarta
nação no mundo a produzir o medicamento, indicado para o tratamento do
diabetes. A expectativa é que o produto chegue às farmácias em 2014.
Durante cerimônia oficial em Belo Horizonte, ele avaliou que é preciso
aproveitar o potencial da saúde para estimular a economia brasileira.
Segundo Padilha, o setor demanda 9% do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro, conta com 16 milhões de trabalhadores na produção de
medicamentos e equipamentos e representa 30% do esforço nacional de
inovação.
A produção de insulina humana no Brasil foi interrompida em 2001. Desde
então, o país depende de importações. De acordo com o ministro, a
compra de produtos biológicos, como a insulina, representa um impacto de
34% no orçamento da pasta.
A estimativa do ministério é que 7,6 milhões de brasileiros tenham
diabetes, mas o número pode chegar a 10 milhões se considerados os casos
ainda não diagnosticados. Atualmente, 1 milhão de pessoas utilizam
insulina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A previsão, segundo o governo, é de investimento de R$ 430 milhões nos
próximos cinco anos - R$ 80 milhões do Ministério da Saúde e Fiocruz e o
restante por meio de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
A presidenta Dilma Rousseff destacou que o país pretende competir no
mercado internacional de insulina preservando preço, prazo e qualidade.
Apesar da expectativa para 2014 apresentada pelo ministro e pela
presidenta, o Ministério da Saúde informou por meio de nota, no fim da
manhã, que a produção só começará em 2015 e o medicamento estará
disponível à população em 2017.
Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel, a retomada da produção representa o sucesso da
política industrial brasileira. Ele lembrou que o Brasil ocupa posições
de destaque no consumo de diversos produtos e que, “quem tem mercado,
tem obrigação de ter produção”.
Ainda durante a cerimônia, o governador de Minas Gerais, Antônio
Anastasia, avaliou que o anúncio representa um investimento altamente
estratégico não só para o estado, mas para o Brasil e para o mundo, já
que o número de diabéticos é cada vez maior.
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