Invenção da Venezuela: bolivianos desmentem expulsão da Coca-Cola do país


Uma notícia que se propagou pelo mundo, que dava como certa a expulsão da Coca-Cola e a falência da rede de lanchonetes McDonald’s na Bolívia, foi desmentida. A correção foi divulgada pela Agência Boliviana de Informação (ABI).
O respaldo para validar o boato foram retiradas de frases do ministro de Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, conhecido por discursos exagerados. O site do canal de televisão Telesur e a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), veículos controlados pelo governo do presidente Hugo Chávez, foram os autores da publicação da falsa reportagem.
O comentário do chanceler foi retirado de contexto pelos jornalistas venezuelanos e divulgado como se a Bolívia se preparasse para expulsar a Coca-Cola de seu território até o fim de 2012. Outro equivoco na matéria era a informação sobre o McDonald’s, que ele sequer havia citado, pois a rede de lanchonetes não atua na Bolívia há 10 anos por razões comerciais. De acordo com nota da própria rede de fast food divulgada à época, o lucro de seus restaurantes no país era insignificante diante dos investimentos para manter as lojas. Sendo assim, as informações distorcidas sobre o restaurante foram retiradas do documentário ¿Por qué quebró McDonald’s en Bolivia?, lançado no ano passado pelo cineasta Fernando Martinez.
No último dia 13 de julho, Choquehuanca fez um discurso na Ilha de Sol, na cidade de Copacabana, uma região turística ao redor do lago Titicaca, para anunciar que a Bolívia será sede de um encontro entre indígenas e movimentos sociais para celebrar o fim do ciclo que marca o calendário maia. Na ocasião, o chanceler afirmou que o dia 21 de dezembro de 2012, último do calendário maia, marcaria o fim de uma era e citou como exemplo simbólico o fim da Coca-Cola no país.
Diante da dimensão que o boato tomou o governo de Evo Morales se pronunciou lamentando que as falas do chanceler tenham sido retiradas de contexto. Deixando claro que em momento algum o governo expulsou a Coca-Cola do país, confirmando que a empresa americana continua trabalhando normalmente na Bolívia.
“Choquehuanca, um estudioso da cosmologia andina e do calendário maia, falou ao povo boliviano sobre a chegada de um novo tempo, que contrastaria com este antigo, baseado no individualismo. Disse que um tempo comunitário, pacífico e fraterno estaria por vir. Nesse contexto, o chanceler fez uma metáfora, mal interpretada, de que, a partir de 21 de dezembro, os bolivianos substituiriam a Coca-Cola pelo mocochinchi – tradicional bebida boliviana, feita com pêssego e canela.

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