Sentado à mesa de um restaurante na beira da praia, enquanto aguarda a chegada de um amigo com quem minutos antes tinha falado por telefone, o jornalista é surpreendido por um homem desconhecido, que dispara seis tiros com uma pistola de calibração própria das forças de segurança oficiais. Depois do disparo, o executor do delito se junta a um comparsa que o aguarda em uma motocicleta do lado de fora do restaurante, e ambos fogem em disparada.
Para despistar eventuais abordagens da polícia, a dupla se separa em seguida, com um dos homens apanhando um carro que tinha ficado escondido nas proximidades da cena do crime. Apesar de atentar contra a vida de uma pessoa a céu aberto, o atirador sequer teve a preocupação de esconder o rosto, como um forasteiro que não receasse ser reconhecido pelos diversos outros frequentadores do estabelecimento, alguns certamente conscientes da identidade do homem alvejado na cabeça e nas costas, autor de inúmeras matérias que chegaram a incomodar por abordarem questões comprometedoras da integridade moral de autoridades ou grupos detentores de algum poder ou reconhecimento público.
A descrição do crime, muito reproduzida com mais ou menos detalhes durante a semana pelos meios de comunicação do Maranhão e de outros lugares no país e no exterior, refere-se à execução do jornalista e blogueiro Décio Sá, em torno de 23h30 do último dia 23, em uma barraca da Avenida Litorânea, São Luís.
Desde os primeiros levantamentos das investigações, a polícia não duvida que o incidente tenha sido minunciosamente planejado a mando de alguém que queria calar a vítima e intimidar pelo exemplo seus companheiros de ofício.
Pela violência da ação, a repercussão daquele crime por encomenda teve o efeito de trazer à discussão a polêmica questão da pistolagem no estado. Não se tratando de um caso isolado, a morte de Décio Sá faz lembrar outros casos recentes de execuções encomendadas por um ou mais mandantes, e que permanecem sem elucidação ou sem a devida punição pelos meios judiciais dos envolvidos nesse tipo de ocorrência.
De acordo com informações do secretário estadual de segurança pública, Aluísio Mendes, desde o início do ano existe registros de seis ocorrências de assassinatos com características de crimes encomendados, sendo dois em São Luís e quatro em cidades do interior.
Além do jornalista morto no início da semana passada, São Luís foi cenário da execução sumária dos irmãos e empresários José Mauro Alves de Queiroz e José Queiroz Filho, donos de uma distribuidora de óleo na BR-135, bairro Maracanã, executados no início de janeiro dentro da própria empresa, por um homem que tinha chegado em uma moto.
No interior, o caso mais recente foi do lavrador Raimundo Alves Borges, o "Cabeça", liderança camponesa e presidente do Assentamento Terra Bela, morto por pistoleiros em uma emboscada nas proximidades de casa, em meados deste mês, na cidade de Buriticupu.
Além dele, a polícia registrou em 7 de janeiro a execução do ex-prefeito do município de São José dos Basílios, Francisco Ferreira Sousa, também conhecido como Chico Riograndense, que foi alvejado com seis tiros quando voltava da fazenda em Dom Pedro.
Em 3 de março, foi a vez do advogado João Ribeiro Lima, que levou um tiro na cabeça disparado por um motoqueiro que até hoje não foi identificado, em Presidente Dutra. A seguir, o corpo do fazendeiro e agropecuarista da cidade de Porto Franco Braz Cabrini foi encontrado em Imperatriz, em 24 de março, dias depois de ter desaparecido.
Segundo informações do superintendente da Polícia Civil no interior, Jair de Paiva Lima, as investigações sobre esses casos se encontram adiantadas, mas nenhuma prisão foi realizada porque a polícia busca provas mais concretas contra os supostos autores.
Por conta desses incidentes e de outros ocorridos no ano passado, denunciados pela Comissão de Direitos Humanos da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), o deputado estadual Bira do Pindaré (PT) vem buscando apoio de outros parlamentares para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos de pistolagem no estado.
Por telefone, o deputado, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias no parlamento estadual, esclareceu que a CPI necessita da aprovação de 14 deputados para ser instalada. Segundo ele, uma audiência pública para tratar da execução de líder camponês Raimundo Cabeça está agendada para o dia 11 de maio, em Buriticupu, e é provável que outra audiência acabe ocorrendo na capital, após aquela data.
Durante uma entrevista coletiva na manhã de sexta-feira passada, representantes do comitê de imprensa da Assembleia Legislativa, apoiados pelos sindicatos dos radialistas e dos jornalistas do estado, entregaram ao secretário Aluísio Mendes um manifesto de protesto pela morte de Décio Sá e dos outros casos, e requerendo o máximo de empenho nas investigações, a fim de punir os envolvidos como executores ou mandantes dos crimes.
Para despistar eventuais abordagens da polícia, a dupla se separa em seguida, com um dos homens apanhando um carro que tinha ficado escondido nas proximidades da cena do crime. Apesar de atentar contra a vida de uma pessoa a céu aberto, o atirador sequer teve a preocupação de esconder o rosto, como um forasteiro que não receasse ser reconhecido pelos diversos outros frequentadores do estabelecimento, alguns certamente conscientes da identidade do homem alvejado na cabeça e nas costas, autor de inúmeras matérias que chegaram a incomodar por abordarem questões comprometedoras da integridade moral de autoridades ou grupos detentores de algum poder ou reconhecimento público.
A descrição do crime, muito reproduzida com mais ou menos detalhes durante a semana pelos meios de comunicação do Maranhão e de outros lugares no país e no exterior, refere-se à execução do jornalista e blogueiro Décio Sá, em torno de 23h30 do último dia 23, em uma barraca da Avenida Litorânea, São Luís.
Desde os primeiros levantamentos das investigações, a polícia não duvida que o incidente tenha sido minunciosamente planejado a mando de alguém que queria calar a vítima e intimidar pelo exemplo seus companheiros de ofício.
Pela violência da ação, a repercussão daquele crime por encomenda teve o efeito de trazer à discussão a polêmica questão da pistolagem no estado. Não se tratando de um caso isolado, a morte de Décio Sá faz lembrar outros casos recentes de execuções encomendadas por um ou mais mandantes, e que permanecem sem elucidação ou sem a devida punição pelos meios judiciais dos envolvidos nesse tipo de ocorrência.
De acordo com informações do secretário estadual de segurança pública, Aluísio Mendes, desde o início do ano existe registros de seis ocorrências de assassinatos com características de crimes encomendados, sendo dois em São Luís e quatro em cidades do interior.
Além do jornalista morto no início da semana passada, São Luís foi cenário da execução sumária dos irmãos e empresários José Mauro Alves de Queiroz e José Queiroz Filho, donos de uma distribuidora de óleo na BR-135, bairro Maracanã, executados no início de janeiro dentro da própria empresa, por um homem que tinha chegado em uma moto.
No interior, o caso mais recente foi do lavrador Raimundo Alves Borges, o "Cabeça", liderança camponesa e presidente do Assentamento Terra Bela, morto por pistoleiros em uma emboscada nas proximidades de casa, em meados deste mês, na cidade de Buriticupu.
Além dele, a polícia registrou em 7 de janeiro a execução do ex-prefeito do município de São José dos Basílios, Francisco Ferreira Sousa, também conhecido como Chico Riograndense, que foi alvejado com seis tiros quando voltava da fazenda em Dom Pedro.
Em 3 de março, foi a vez do advogado João Ribeiro Lima, que levou um tiro na cabeça disparado por um motoqueiro que até hoje não foi identificado, em Presidente Dutra. A seguir, o corpo do fazendeiro e agropecuarista da cidade de Porto Franco Braz Cabrini foi encontrado em Imperatriz, em 24 de março, dias depois de ter desaparecido.
Segundo informações do superintendente da Polícia Civil no interior, Jair de Paiva Lima, as investigações sobre esses casos se encontram adiantadas, mas nenhuma prisão foi realizada porque a polícia busca provas mais concretas contra os supostos autores.
Por conta desses incidentes e de outros ocorridos no ano passado, denunciados pela Comissão de Direitos Humanos da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), o deputado estadual Bira do Pindaré (PT) vem buscando apoio de outros parlamentares para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos de pistolagem no estado.
Por telefone, o deputado, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e das Minorias no parlamento estadual, esclareceu que a CPI necessita da aprovação de 14 deputados para ser instalada. Segundo ele, uma audiência pública para tratar da execução de líder camponês Raimundo Cabeça está agendada para o dia 11 de maio, em Buriticupu, e é provável que outra audiência acabe ocorrendo na capital, após aquela data.
Durante uma entrevista coletiva na manhã de sexta-feira passada, representantes do comitê de imprensa da Assembleia Legislativa, apoiados pelos sindicatos dos radialistas e dos jornalistas do estado, entregaram ao secretário Aluísio Mendes um manifesto de protesto pela morte de Décio Sá e dos outros casos, e requerendo o máximo de empenho nas investigações, a fim de punir os envolvidos como executores ou mandantes dos crimes.
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