Mais de 24 milhões de pessoas devem ser vacinadas contra a gripe neste ano em todo o país. A meta foi anunciada esta semana, pelo Ministério da Saúde. A prioridade é imunizar idosos, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos de idade, trabalhadores da saúde e indígenas. A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe será realizada entre 5 e 25 de maio.
A novidade neste ano é que o governo prevê vacinar também 500 mil detentos do sistema prisional. “São pessoas que têm contato permanente com a comunidade. Como vivem confinados, transmitem a doença com muita velocidade. Vamos bloquear uma importante cadeia de transmissão, além de proteger essa população”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
As doses serão distribuídas de forma simultânea em todos os estados e no Distrito Federal. Durante a campanha, estarão disponíveis 65 mil postos de vacinação, além dos centros de saúde. Estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros façam parte do público-alvo da campanha, mas a meta é imunizar 80% dele, o que corresponde a 24,1 milhões de pessoas.
A vacina protege contra os três principais vírus que circulam no hemisfério Sul, entre eles o da influenza A (H1N1), como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). O secretário de Vigilância em Saúde Jarbas Barbosa informou, durante o anúncio da campanha, que “a vacina se destina a proteger os públicos mais vulneráveis, para evitar a forma mais grave e os óbitos”. De acordo com o secretário, a vacina deve ser tomada anualmente, porque sua proteção é limitada. “A vacina pode mudar a cada ano. É importante que ela seja administrada nesta época, para que seu pico de proteção coincida com o pico de transmissão, que acontece entre julho e agosto”, disse ele.
Investimento e abrangência
O Ministério da Saúde investiu R$ 260,3 milhões na aquisição de 31,1 milhões de doses da vacina. Foram repassados também R$ 24,7 milhões, do Fundo Nacional de Saúde, aos fundos estaduais e municipais. Estes recursos serão usados para custear a infraestrutura das campanhas, a aquisição de seringas e agulhas, o deslocamento das equipes e o material informativo distribuído. Cerca de 240 mil profissionais do SUS e 27 mil veículos estarão envolvidos na ação.
Em 2011, foram vacinados 25.134 milhões de pessoas, o que corresponde a 84% do público prioritário, que era de 29.918 milhões. Foi constatada uma redução de 64% nos óbitos por A H1N1, em relação a 2010. O ministro Padilha enfatizou que duas medidas foram fundamentais para o bom resultado: “A ampliação do público-alvo da campanha e o maior acesso ao medicamento possibilitaram a redução, cada vez maior, dos casos graves e dos óbitos pelo vírus da gripe”.
“No Brasil, há uma boa participação histórica da população em campanhas de vacinação. As pessoas percebem a vacina como algo que vai trazer melhora para a sua vida”, acrescentou o secretário Jarbas Barbosa.
“A campanha de vacinação brasileira cobre todos os grupos que a Opas [Organização Pan-Americana da Saúde, da Organização Mundial da Saúde] recomenda. O Brasil desenvolve a maior campanha pública e gratuita da América, e isso é um mérito”, disse Joaquim Molina, representante da Opas/OMS no Brasil.
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