NOTÍCIA MAIS POLÍTICA: Temer diz que nome dele é usado para prática de "equívoco"

Em entrevista ao SBT Brasil, o presidente Michel Temer (PMD) afirmou que já teve o nome utilizado indevidamente por terceiros. "Meu nome é usado por muita gente. Muitas e muitas vezes fui obrigado a botar gente da Polícia Federal atrás de pessoas que eu nem conhecia e que usavam meu nome. Punham até um cartão de visita: fulano de tal, assessor do vice-presidente Michel Temer, e praticavam equívocos, erros."

A declaração de Temer foi em resposta ao questionamento sobre a possibilidade de algum político do PMDB ter utilizado seu nome indevidamente. "Não descarto. E não é só político do PMDB não", afirmou o presidente.

Temer disse ainda não acreditar que o atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tenha cometido alguma irregularidade ao ligar 32 vezes, em 2014, para o executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho - os registros das chamadas telefônicas foram apresentados como prova pelo delator para provar o pagamento de R$ 9 milhões DEM caixa 2 ao PMDB. "Duvido até que ele (Padilha) tenha feito isso com objetivo escuso. Isso tenho absoluta convicção... Pelo menos penso que não teria acontecido (algo irregular no contato de Padilha com o executivo da empreiteira)."

O trecho da entrevista ao SBT Brasil no qual Temer fala sobre a utilização indevida de seu nome e a relação de Padilha com a Odebrecht foi publicado no portal da emissora.

Foro privilegiado

O presidente também afirmou ser indiferente à existência do foro privilegiado para ocupantes de funções públicas. "Para mim tanto faz. Vou contar um episódio: quando era presidente da Câmara, houve um pedido muito acentuado para que eu colocasse em votação um projeto que acabava com o foro privilegiado. Sabe pra que? Porque muitos estavam sendo processados no Supremo e queriam baixar isto para o foro inicial", afirmou Temer, em entrevista ao SBT.

Segundo o presidente, o objetivo dos políticos que o pressionavam à época era ser julgado em três instâncias, como qualquer cidadão - quando o julgamento ocorre no Supremo Tribunal Federal, há apenas uma instância. "Em qualquer hipótese pode ser benéfico ou prejudicial para aquele eventualmente processado naquele instante. Pra mim tanto faz."

Impeachment


Temer ainda minimizou o relato dele próprio, em entrevista à TV Bandeirantes, de que Eduardo Cunha determinou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff após não conseguir os votos do PT no processo que seria aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em entrevista ao telejornal SBT Brasil, Temer disse acreditar que não há possibilidade de anulação do impeachment por conta de um “ato de vingança” de Cunha.

“Pelo regimento interno da Câmara, se o presidente da Câmara interferir no pedido de impedimento, há recurso no plenário. Com a margem muito significativa de votos que teve o impedimento, evidentemente se isso acontecesse, iria para o plenário e o plenário decretaria o início do impedimento. Estou apenas supondo hipóteses”, disse o presidente.

Temer disse que a votação do Congresso foi “uma coisa avassaladora” a favor do impeachment. “Foi uma coisa avassaladora, em termos de votação. Se havia uma subjetividade dele [Eduardo Cunha] nessa direção, não foi o que comandou a decisão do plenário da Câmara e do Senado.”

O presidente contou que Cunha falou com ele e disse que arquivaria todos os pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff porque tinham prometido a ele os três votos do PT no Conselho de Ética. No entanto, a posição dos deputados petistas mudou e, com isso, a decisão de Cunha também. “Quando foi três horas da tarde, mais ou menos, ele me ligou dizendo: 'olha, tudo aquilo que eu disse agora não vale, porque agora vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento'”, disse Temer.

Delação

Temer disse ainda não estar preocupado com uma possível delação de Eduardo Cunha que possa envolvê-lo. “Não sei o que ele pretende fazer, não estou preocupado com o que ele venha a fazer. Espero que ele seja muito feliz. Espero que se justifique em relação a todos os eventuais problemas que tenha tido. Acho que ele foi um deputado muito atuante, muito eficiente no exercício da legislatura. Mas não sei o que ele vai fazer, não tenho que me incomodar com isso”.

O ex-presidente da Câmara está atualmente preso em Curitiba desde outubro do ano passado. Recentemente, Cunha foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisa.

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